Quinta entrevista do ano com um GM novo, mas "old school". Confusos? Trata-se de Adriano Catarino, um veterano com história do ChampNBA que em boa hora voltou para elevar ainda mais a qualidade da liga. Com o seu regresso vieram as vitórias para os Jazz, algo que o anterior GM nunca conseguiu de forma regular. De um registo de 16-29, a formação de Salt Lake "SALTou" para 34-36 e o acesso aos playoffs está ao alcance. GM do mês e protagonista de um frenesim autêntico na conferência Oeste, eis Adriano Catarino.
Filipe Pardal - GM do mês, jogador do mês, subida exponencial desde de que chegou a Salt Lake City - de uma equipa moribunda à luta pelo acesso direto aos Playoffs. Vê-se como GM do ano ou como candidato a algo mais do que uma primeira ronda?
Adriano Catarino - Olá, boa tarde. Acho que tudo não passa de um bom momento da equipa... Inicialmente não sabíamos ao certo qual seria o nosso objetivo para a presente época mas ao conhecer melhor a ligar e os adversários, começámos a traçá-lo: terminar a época regular numa posição que nos permita disputar o Play-In. Julgo que isso está praticamente garantido embora possamos ainda disputar por um lugar direto nos PO. Com as boas performances da equipa, os resultados começaram a surgir e os prémios são uma recompensa enorme ao nosso trabalho. GM do Ano não digo... acho que o maior prémio já foi atribuído: colocar os Jazz competitivos e ser reconhecido por isso. Quanto ao desenrolar desta época, logo veremos...
FP - Que criou uma autêntica revolução - e com todo o mérito - é uma verdade inegável. Agora, também mostrou alguma impaciência no mercado. Isso quer dizer que na próxima temporada a abordagem será a mesma?
AC - Acho que todos nós usamos as transferências em busca de melhorar a equipa, com resultados mais ou menos imediatos. É claro que se fizermos um retrospectiva do que foi feito em Utah, tentámos primeiramente equilibrar a equipa. A partir de certa altura, desde que os resultados surjam, deixamos de ter a necessidade de recorrer ao mercado. Espero que assim seja na próxima época, que haja estabilidade que parece ser a base do sucesso de muitas equipas de topo na liga. O único fator que poderá contrariar isso serão as renovações de alguns jogadores que começam já esta época, tais como Harden. Vamos acreditar que queiram continuar o projeto que foi iniciado...
FP - E, temos de perguntar, qual é a sua fixação por jogadores com fama de "bad boys" e que potenciam a utilização de um jogo psicológico que já levou a que os Jazz sejam apelidados de equipa suja?
AC - Quem nunca ficou intimidado com 'bad boys'? Acho que são jogadores super importantes para ser ter numa equipa. Recordo-me de ter sucesso outrora com jogadores como Sthepen Jackson, Ben Wallace, Ron Artest e até mesmo Gerald Wallace. Jogadores fortes defensivamente e que equilibram e muito a equipa. Mas diga-se de passagem que nunca juntei mais de dois jogadores com estas características. Green, Brooks e Smart são tão importantes para mim como são Brunson, Harden e Sengun e, coletivamente, parecem estar entrosados. Quanto ao facto de nos apelidarem de sujos ou caceteiros... terão que rever as estatísticas talvez dos nossos últimos 10 jogos e verificar o número de faltas sofridas vs o números de faltas provocadas. Se calhar devemos ser uns 'bad boys' muito 'clean'.
FP - Há pouco falou do contrato de Harden, mas a verdade é que além dessa incógnita na renovação, também Brunson tem apenas 2 anos de contrato (isto porque tem uma player option no year 3) e Sengun que será mesmo expirante. Está refém de Green, Smart e Brooks... Isso significa que Brunson será trocado enquanto ainda tem poder negocial?
AC - Foram diversas as propostas por Brunson e confesso que se não saiu até agora, provavelmente não sairá na próxima época enquanto jogador em final de contrato. Brunson provou ser um base de elite e, se alguma vez pus em causa o seu valor, ele que me desculpe, por favor. O mesmo se aplica a Sengun... O mercado tem tendência a desvalorizar o jogador em final de contrato mas são estes jogadores que fazem a equipa. Quanto a Green, Smart e Brooks, conto com eles. Mas nunca se sabe, o mercado é feito de oportunidades e da mesma forma que consegui trazer Smart, posso vir a ter que abdicar de algum deles em prol da equipa.
FP - Grizzlies, Kings ou Suns. Qual prefere apanhar na primeira ronda e porquê? Não vale dizer que são todas difíceis.
AC - Sinceramente? Qualquer uma delas será certamente um adversário difícil. Mas tal como disse no início o nosso objetivo era apenas o lugar de acesso ao Play-In. Depois disso logo se verá... mas prefiro que sejam essas equipas a temer os Jazz e a fazer tudo para nos evitar...
FP - Afinal também os "bad boys" de Utah fogem às questões... Olhando para o resto da liga, quais são para si os principais candidatos ao anel?
AC - A liga é muito competitiva e numa fase a eliminar vamos ver grandes duelos... mas para mim, os principais candidatos ao anel são os Bulls na Conferência Este. No Oeste temos duas equipas a lutar pela liderança na conferência que acredito que possam competir na final contra os Bulls e a meu ver serão as únicas com argumentos para bater de frente contra a equipa do GM Lança.
FP - Diga-nos o seu 5 inicial ideal da liga (incluindo GM).
AC - Shai, Doncic, Durant, Tatum e Embiid. GM é difícil mas aponto para o Lança
FP - Obrigado desde já pelo seu tempo e por esta fantástica entrevista. Para terminar, sendo um "velho novo" GM que, como já provou, dá muito ao ChampNBA, gostaria de lhe perguntar o que está a achar da temporada até agora? Alguma sugestão para o futuro que queira acrescentar? Boa sorte para o resto da epoca!
AC - Foi um ótimo regresso ao ao ativo. As tecnologias e recursos da liga são diferentes e tornam a liga muito mais dinâmica, com maior atividade e comunicação dos GM. Já dei algumas sugestões mas compreendo perfeitamente o trabalho que a manutenção de uma liga destas exige... Sugiro que se mantenha essencialmente o bom trabalho que tem vindo a ser feito até agora, porque a fasquia já está bem alta! Obrigado!
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Até onde chegarão os Jazz?
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Meia-final de conferência
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