A época regular deixou quatro equipas repletas de talento numa posição ingrata, para algumas, e privilegiada, para outras. Tudo depende da perspetiva e, sobretudo, dos objetivos que cada uma tinha antes dos 82 jogos que disputaram. Para Washington, Miami, Milwaukee e até para Houston e Detroit, não era este o desfecho pretendido, certamente. Já para San Antonio, Oklahoma e Oakland, tendo em conta as circunstâncias foi quase um milagre ainda estarem a disputar as decisões desta fase. No lado Este aguardam Chicago e New York. A Oeste esperam Sacramento e Memphis. Mas por agora, sem pensar no potencial adversário, o que interessa é ganhar. Até porque perder o próximo jogo pode significar férias prolongadas. Ou melhor, significa a participação na "liga dos últimos".
Washington Wizards @ Detroit Pistons
Neste grande confronto de "play-in" do ChampNBA, os Washington Wizards enfrentarão - e visitarão - os Detroit Pistons num jogo decisivo para determinar quem avança. Ambas as equipas têm suas estrelas e pontos fortes, o que promete um jogo competitivo e emocionante. Além do valor do roster, há o "plus" de tanto Rui Louro, como Pedro Gaifem, serem GM's experientes e habituados a grandes decisões. Tem tudo para ser emocionante e quem errar menos sairá vencedor.
Fazer a diferença...
Washington Wizards
De'Aaron Fox é um dos jogadores mais rápidos da liga e, consequentemente, deste encontro. O base vai crucial na criação de jogadas e na transição defesa-ataque. Apesar de algo irregular durante o ano, a habilidade de marcar pontos facilmente, aliada à capacidade de playmaker fazem do jogador uma ameaça constante. "Estamos prontos para dar tudo de nós. Sabemos que a velocidade e a agressividade serão chave, e estou confiante de que podemos aproveitar nossas oportunidades para carimbar, já, o acesso aos playoffs", afirmou o base à imprensa.
Nicolas Claxton: Defensivamente sólido com uma defesa interior diferenciada e capacidade de bloquear os seus adversários diretos, Claxton será fundamental para proteger o "garrafão" dos Wizards. "A minha principal função vai ser manter a defesa coesa. Se conseguirmos neutralizar o ataque interior deles, teremos uma boas chances de vitória", disse.
Detroit Pistons
Chet Holmgren é um jovem cheio de talento com um potencial que ainda vai trazer muitas alegrias aos adeptos dos Pistons. Holmgren traz equilíbrio na defesa, além de contribuições ofensivas regulares e constantes. Para a idade que tem, fez uma época extraordinária, apesar do seu GM esperar ainda mais dele. Chet Holmgren: "Estou animado para mostrar o que posso fazer num jogo tão importante".
Chris Paul é, em contraparida a Chet, o veterano da casa. A visão de jogo dispensa apresentações e a sua defesa exterior ainda convence. A liderança e cultura táctica será vital nos momentos críticos do jogo. "A experiência conta muito em jogos assim. Vamos manter a calma, seguir nosso plano de jogo que o GM vai desenhar e fazer o que for necessário para sair com a vitória", asseverou, confiante.
Pontos-Chave e Estratégias
Com fé na capacidade defensiva de Claxton, os Wizards devem focar-se em limitar as jogadas estudadas dos Pistons e forçar os lançamentos de longa distância. As transições rápidas, aproveitando a velocidade e discernimento de Fox podem ser essenciais.
Já os Pistons, tendo CP3 como base, devem tentar controlar o ritmo do jogo e minimizar os turnovers ao máximo. Isto porque, no âmbito ofensivo, Mikal Bridges e Holmgreen deverão ser suficientes para diversificar o leque de marcadores e criar dificuldades na defesa de Gaifem.
Previsão
O jogo promete ser equilibrado, com ambas as equipas com talentos que podem mudar o rumo da partida. Os Wizards têm a vantagem da juventude e velocidade, enquanto os Pistons contam com a experiência de Chris Paul e a versatilidade de Bridges.
Prognóstico: A experiência e a capacidade de liderança de Chris Paul podem fazer a diferença, ofereçendo uma leve vantagem aos Pistons num encontro que será decidido nos detalhes. No entanto, se os Wizards conseguirem impor um ritmo rápido e explorar as transições, podem surpreender e sair com a vitória.
Jogadores no radar
Wizards: De'Aaron Fox e Nicolas Claxton.
Pistons: Chris Paul e Mikal Bridges.
Milwaukee Bucks @ Miami Heat
Podia ser um jogo de primeira ronda. Aliás, tendo em conta o início da época, ninguém estranharia muito se fosse um jogo de meias-finais de conferência. Mas é de playin, e são as equipas que terminaram em 9º e 10º lugar, ou seja, esta é só a primeira de duas finais que vão ter de disputar para chegar aos tão ambicionados playoffs. De um lado Jayson Tatum é líder incontestável. Do outro há mais equilibrio mas menos "fire power". Ricardo Rodrigues ou Sérgio Marques, um deles vai já ficar pelo caminho.
Fazer a diferença...
Milwaukee Bucks
Jayson Tatum dispensa apresentações e, provavelmente, até foi mal aproveitado na regular season. Apesar dos Bucks não terem sido regulares, a regularidade da qualidade desta estrela esteve sempre lá, mesmo nos maus momentos. Agora é esquecer o que passou e focar no presente."Acredito nesta equipa e acredito que vamos estar nos playoffs, só temos de entrar focados. Um jogo de cada vez", disse a estrela.
Nikola Vucevic: Pode ser um diferencial tendo em conta o adversário, assim exista arte, engenho e também sorte para explorar esta valência. Vucevic tem capacidade ofensiva e Ayton tem algumas fragilidades que serão exploradas. "Foco máximo, queremos encontrar o próximo adversário e dar o nosso melhor", afirmou.
Miami Heat
Coby White é ao mesmo tempo um dos melhores "sextos homens" da liga e a maior dor de cabeça do GM Sérgio Marques. O base tem jogado muito, marcado pontos e dando a energia que os Heat precisam para estarem no seu melhor. Mas qual é a decisão certa? Aproveitar isso no 5 inicial ou a partir do banco? Coby White: "Jogue os minutos que jogar, vou estar preparado".
Zach LaVine sabe marcar pontos e marca quando quer. O seu maior adversário é ele mesmo quando não seleciona os lançamentos com a consistência necessária para colmatar alguma irregularidade. Mas não há vitória de Miami em que não tenha influência. "Um marcador de pontos tem de ter confiança, se a bola não entrar à primeira vai entrar à segunda. Vamos com tudo", afiançou, motivado.
Pontos-Chave e Estratégias
Os Bucks têm mais soluções e devem aproveitá-las usando o motion e o ritmo do jogo a seu belo prazer. Será errado dar a bola a Tatum à espera que este resolva todos os problemas do mundo. No entanto, a cultura táctica é escassa, no geral, e o talento também vai ter de aparecer.
Já Miami, precisa de proteger o jogo interior. Ayton não é um defesa fiável e seja quem for que jogue a PF pode não ser suficiente para parar - presumivelmente - Tatum ou Middleton. Miami vai ser de jogar no apoio defensivo e esquecer o 1 para 1 para ter alguma chance.
Previsão
O jogo é mais equilibrado pelo fator casa do que pelo valor - no papel - de ambas as equipas. Os Bucks têm roster para vencer a qualquer equipa da liga (não numa série, mas num jogo). Já Miami é mais dependente do talento individual que pode, ou não, aparecer numa só noite de basquetebol.
Prognóstico: Com um registo fora de casa de 9-32 é preciso "coragem" para dizer que os Bucks são favoritos. Mas são. Há soluções para criar uma táctica bem pensada, algo que nestes jogos faz a diferença. Miami tem, por seu turno, o fator casa, onde conseguiram um registo de 24-17 e a esperança de ter Lavine, White e/ou Klay Thompson em noite "sim".
Jogadores no radar
Bucks: Jayson Tatum e Nikola Vucevic.
Heat: Zach LaVine e Coby White.
Uma análise no ponto!
O play in no Este promete ser bastante imprevisível. No entanto, vou arriscar e dizer que no confronto entre Pistons e Wizards vai seguir a equipa de Detroit. Acabou a época regular em crescendo e pode aproveitar esse balança, mais o fator casa, para levar a melhor.
Entre Heat e Bucks, é verdade que o registo de Milwaukee a jogar fora é péssimo, mas vou arriscar na sua passagem para o jogo seguinte, no qual me parece que a equipa de Washington levará a melhor, até porque ganhar 2 jogos seguidos fora seria um feito gigante! São as minhas apostas ;)